ANESTESIA PARA CIRURGIA PLÁSTICA

Josefa Dantas de Aguiar médica anestesista médica formada pela

Universidade Federal de Roraima (UFRR), com residência

médica em anestesiologia pela Universidade Estadual de

Campinas (UNICAMP – SP).

O que é a Anestesia na Cirurgia Plástica ?

A anestesia é um dos itens primordiais em qualquer procedimento cirúrgico. Ao contrário do que muitos pensam, não é apenas uma substância. Na verdade são muitos medicamentos associados, cada um com uma função: tirar a dor, dar amnésia, tirar a consciência, relaxar a musculatura, etc. Entre os tipos de anestesias mais usadas estão: a local, peridural, raquidiana, geral.

Quais os tipos de Anestesias ?

Os tipos de anestesias usadas na cirurgia plástica podem variar de acordo com a cirurgia, região a ser operada e as condições do paciente. E a escolha sobre o tipo adequado de anestesia a ser usada envolve o cirurgião plástico, o médico anestesista da equipe e, claro, todo histórico médico do paciente.

Basicamente, são quatro tipos de anestesias usadas na cirurgia plástica:

A anestesia local que é usada para evitar a dor na área em que será realizada a cirurgia. Durante a anestesia local, o paciente permanece acordado e consciente de tudo ao seu redor. Ela pode ser feita como anestesia isolada ou em conjunto com outra técnica anestésica.

A sedação que é administrada por via intravenosa (pela veia) e pode ser associada a outros tipos de anestesias durante a cirurgia, como por exemplo a local, a peridural ou raquidiana. Assim, a região anestesiada ficará adormecida e o paciente ficará dormindo durante a cirurgia plástica, sem sentir nenhuma dor.

A anestesia geral, que é usada para diversos procedimentos médicos e algumas cirurgias plásticas. Ela é indicada para cirurgias de maior porte ou para pacientes em que o controle das funções vitais precisam de maior atenção. Durante a anestesia geral, há um maior controle sobre a respiração, oxigenação, pressão, pulsação do coração, etc.

As anestesias peridural e raquidiana são aplicadas na coluna vertebral, por uma agulha. São capazes de bloquear a sensibilidade a partir de vários níveis do tórax ou abdômen. Geralmente, é acompanhada de sedação para que o paciente permaneça dormindo durante todo o procedimento. O que difere entre elas é a profundidade em que a agulha injeta os anestésicos, o que influenciam na duração e rapidez de ação dos anestésicos.

 

Como é decidido qual a anestesia usada na cirurgia plástica?

A decisão sobre qual o tipo de anestesia será utilizada na cirurgia plástica, é feita pelo cirurgião plástico e pelo anestesista, com base em todas as informações sobre a saúde e hábitos do paciente. Desde os exames realizados no pré-operatório, o histórico médico, o uso de medicamentos, alergias, reações adversas a anestesias, entre outros fatores.

A anestesia para procedimentos de Cirurgia Plástica eletivos é geralmente muito segura, todavia o conhecimento das complicações mais frequentes e o controle efetivo são importantes para a segurança do paciente. A consulta pré-anestésica realizada por equipe formada por anestesista e enfermeiros já está estabelecida no contexto da segurança do paciente cirúrgico, pois pode reduzir as intercorrências intra e pós-operatórias e evitar desfechos desfavoráveis. Embora tenha custos efetivos e necessite mudanças de condutas, a consulta pré-anestésica já é uma recomendação do Conselho Federal de Medicina desde 2006.

O sucesso de uma cirurgia plástica não se faz apenas durante a operação. Há muitos cuidados que podem ajudar a aumentar as chances de êxito do procedimento.

1 -Boa alimentação. É fundamental o paciente estar bem nutrido, pois a anemia e a falta de vitaminas e oligoelementos, como vit A, B, C, zinco, cobre, ferro, vit k podem atrapalhar a cicatrização e até facilitar sangramentos (vit K). Comer carne, verduras verde escuras ajudam como fonte de ferro. Porém, uma alimentação balanceada e rica em vegetais é o ideal para uma boa nutrição. Isso só adianta se realizado meses antes.

2 -Parar de fumar 30 dias antes. O cigarro atrapalha em quase tudo. A nicotina é vasoconstritora e piora a circulação. Ao irritar o pulmão, as mais de 4000 toxinas prejudicam a oxigenação do sangue. Somadas, má oxigenação e circulação aumentam sobremaneira o risco de necrose (morte de tecido por falta de oxigênio) e pioram a cicatrização. Outro fator agravante é o aumento do risco de trombose e embolia pulmonar.

3 -Não usar anticoagulantes. Medicamentos derivados do acido acetil salicilico, como aspirina e todos os contraindicados em casos de suspeita de dengue, prejudicam a coagulação, o que aumentam o risco de hematomas. Outros medicamentos a base de vasodilatadores (gincobiloba, outros) também devem ser evitados por aumentarem o sangramento.

4 – Parar o uso e anticoncepcionais hormonais (pílulas, injeções, adesivos) em cirurgias com anestesia peridural, raqui ou geral. O anticoncepcional hormonal aumenta o risco de trombose (coagulação do sangue dentro das veias) e embolia pulmonar (quando o coagulo vai para o pulmão).

5 – Hidratar bem a pele (2x dia) na área a ser operada, para a pele ficar mais elástica e minimizar risco e estrias (vale principalmente para próteses).

A escolha do anestesiologista depende do cirurgião geralmente são formadas equipes, é muito importante conferência da especialidade através do CRM. Por isso fico muito chateada quando falam que a lipo ou alguma cirurgia plástica é arriscada, quando temos tantos não-especialistas operando e anestesiando, o que logicamente aumenta o risco da cirurgia, pois não possui a formação adequada, a expertise do verdadeiro especialista. Depois é a “cirurgia” ou “anestesia “que leva a fama… É claro que toda cirurgia tem riscos, mas se realizada por especialista ela se torna muito mais segura.

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The Office, Grupo Coopanest – Av. Mário Ypiranga, 315 B, Edifício 8º andar, Salas 814, 815 e 816, Adrianópolis.

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